O professor Daniel Fonseca e seu orientador, professor Francisval Carvalho

A tese “Ensaios sobre Vieses Cognitivos no Processo de Tomada de Decisão Gerencial” do professor Daniel Fonseca Costa, da área de Gestão do Campus Formiga, orientada pelo professor doutor Francisval de Melo Carvalho e co-orientada pelo professor doutor Bruno César de Melo Moreira, também da área de Gestão do IFMG – Campus Formiga, foi eleita pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Lavras (UFLA), a melhor tese de 2017, sendo assim, indicada para participar do Prêmio Capes de Tese.

Em resumo, a tese escrita pelo professor, apresenta que o comportamento humano e os erros de julgamentos têm sido pauta de estudos nos campos de Economia e Finanças Comportamentais, com a finalidade de compreender como o indivíduo toma suas decisões, principalmente, em ambientes de riscos e incertezas. Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo analisar, por meio de um experimento, se o tipo (positiva ou negativa) e o nível (simples ou complexa) de informações econômico-financeiras influenciam os vieses cognitivos de contadores e gestores em um processo de tomada de decisões gerenciais.

“Os vieses cognitivos estudados foram: o Excesso de Confiança, Efeito Ancoragem e o Viés de Confirmação. Além de análises bibliométricas, a metodologia utilizada foi a experimental, cujo experimento controlado e elaborado para os fins desta pesquisa, foi aplicado pela internet de forma aleatória. Os fatores de tratamento utilizados foram o tipo (positiva e negativa) e o nível (simples e complexa) de informações econômico-financeiras e os sujeitos da pesquisa foram os contadores e os gestores de empresas, contando, também, com um grupo controle formado por profissionais diversos e estudantes”, relata o docente.

A tese resultou em seis artigos que, além de mapearem a área de Economia e Finanças Comportamentais, demonstraram que, em algumas situações, a informação gerencial pode influenciar os vieses cognitivos. “Os dois primeiros artigos realizaram análises bibliométricas sobre o campo de pesquisa, demonstrando a importância da área de economia e finanças comportamentais, bem como a interação dos vieses cognitivos aqui estudados com esse campo de pesquisa. O terceiro artigo traz uma proposta experimental para mensurar os vieses cognitivos nas tomadas de decisões empresariais, delineando o experimento que conduziu esta pesquisa. O quarto artigo visa a analisar os efeitos da informação gerencial no Excesso de Confiança, trazendo evidências de que o tipo de informação pode influenciar o excesso de Confiança. O quinto artigo analisa o Efeito Ancoragem dos contadores e gestores e sugere que o tipo de informações influencia o efeito ancoragem em projeções mínimas em relação à ancora baixa. Por fim, o sexto artigo analisa o Viés de Confirmação, sugerindo que os fatores tipo e nível não influenciam esse viés na tomada da decisão gerencial e que as informações negativas podem influenciar o viés de confirmação na escolha da informação mais importante para se tomar a decisão gerencial. Com isso, a tese demonstra que tanto o contador como o gestor sofrem dos vieses cognitivos Excesso de Confiança, Efeito Ancoragem e Viés de Confirmação e que o tipo e o nível de informações podem, em certas ocasiões, influenciar esses vieses”, detalha.

Para Daniel, a tese apresentou, por meio de seus artigos, resultados que enriquecem o campo de Economia e Finanças Comportamentais, abrindo novos precedentes para estudos na área de Finanças Corporativas Comportamentais. “Os resultados, em geral, demonstraram que tanto o contador como o gestor estão sujeitos aos vieses cognitivos Excesso de Confiança, Efeito Ancoragem e Viés de Confirmação, corroborando, assim, com a literatura, que diz que as pessoas estão sujeitas a heurísticas e vieses cognitivos e que o tipo de informação pode, em certas ocasiões, influenciar esses vieses. Além das contribuições empíricas, os resultados servem de parâmetros para que os tomadores de decisões se atentem em minimizar os possíveis erros de julgamento nas decisões a serem tomadas, ocasionados por vieses cognitivos. Ademais, a tese torna-se um parâmetro embrionário para que futuras pesquisas se dediquem à forma de se preparar e evidenciar informações econômico-financeiras a fim de se minimizarem os riscos proporcionados pelas heurísticas e pelos vieses cognitivos de se tomar uma decisão equivocada ou se expor a um erro de julgamento. A tese inova no tema a ser pesquisado, nos sujeitos objetos da pesquisa e na metodologia experimental a ser adotada contribuindo, assim, com a literatura da área”, finaliza.